terça-feira, 27 de novembro de 2007

Banho de gelo seco

Das implosões sobe uma nuvem
de poeira marrom,
que estanca o pranto,
filamento oleoso interrompido
pela secura.

Amizades destruídas em segundos,
como se fôssemos Bukowski ao espelho
a socar os queixos refletidos.

O globo aquece,
mas meu corpo gela,
vapores cetônicos e metano
escapam pelos poros,
declarando a morte de um cérebro
em prova de depuração.

Meses na crença de um complô
de silêncio concursado,
afogado numa angústia quieta,
e emburrecimento com fórmulas:

Aprender a solidão.