Não somos capazes de não estranhar
As nuanças da futilidade em cada esquina,
Queimando no seio de cada corpo,
Que serve uma refeição flambada de frieza ártica, -
Apenas um petisco antes do prato final:
Um magnífico banquete de ignorância
Aos cérebros e toques,
Aos mundos fronteiriços
De arrevesado comportamento. –
A planície da bondade e concórdia.
De lá, aceitam apenas cédulas e moedas.
Pernas e olhares dispostos perpendiculares,
Atravessam as ruas deixando pegadas
De repressão egoísta em benefício ao bolso
E à autoridade burocrática do solado da porta.
Quando pais experimentam das vicissitudes da idade,
Ordenam infelizes conservadores –
Irreconhecíveis aos vinte anos,
Pensando que seria mais fácil
Com a moeda do Patinhas.
São os engenheiros de uma construção
Alicerçada em suas instabilidades.
O casamento indesejado, o filho na hora errada.
Pior: aprender os idiotismos do trabalho forçoso. –
Filho, Neto, Júnior, atirados às feras
Da hereditariedade seguimentista.
A arma que compele
É o padre que unge e abençoa
Em memória ao martírio do Cristo crucificado,
É a chinelada na mão da criança
Da família unida e tradicional,
É a vovó pedindo perdão por sessenta anos
Pelo pecado original da única vez.
O sustento da tradição não é o sustento do corpo.
As moedas tilintam nos cofres
De segredos indecifráveis,
Traduzem as famílias de desconhecidos,
Que habitam juntos o mesmo lar,
E que só conhecem dos outros,
Os rostos manchados por espinhas.
Dê-lhes um reajuste fiscal,
Penteie seus filhos, prepare o futuro empresário,
Deixe sobre sua escrivaninha notas azuis,
Garoupas e boletins escolares
Transformemos o mundo em papéis e gravatas, -
É a volta dos grandes répteis – que agora se permitem
A vestir-se e a negociar.
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
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4 comentários:
Mamãe, eu quero ser totalitário
~=
vc ainda é meu drummond
Mamãe, você já é uma totalitária
Gosto dessa poesia.
Vejo Tom Zé nas entrelinhas...
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