terça-feira, 31 de julho de 2007

Pequenos olhos antigos

Apertou o pranto velho
Um homem, velho e órfão,
Nem mais nem menos órfão
Que a criança do sinal
Ou o jovem desempregado

Acontece de jazer
No repouso de uma casa,
Que sabia não ser sua,
Nem dos contemporâneos,
Alguns remediados,
Com ferida pensada.

Seu time deixou as glórias,
Sem dinheiro, foi lacrado.
Quando acabou o futebol,
Os netos entraram
Em campo.

Como as pernas no bonde,
A felicidade logo passou.
Enlouquecido pelas bocas filhas,
Sabia lúcidas as palavras
Que o tinham no hospício.

No mundo cão:
Os aviões caíram,
As covas são abertas
Sem maiores cerimônias.

No mundo fantasma:
O travesseiro ouve os monólogos
E a televisão é o mais sincero
E metalingüístico informante do
Cruel extra-bunker.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito bom cara, muito bom...
vou visitá-lo com alguma certa e modesta frequência
enfim...